sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Notícias

Campanha polêmica quer status de refugiado para imigrante judeu em Israel

Chancelaria do país pretende equiparar direitos de judeus oriundos de países árabes aos de refugiados palestinos.

21 de setembro de 2012 | 11h 18

Uma campanha recém-lançada pela Chancelaria de Israel abriu um debate no país ao pedir a equiparação entre os direitos dos judeus vindos de países árabes que imigraram aos dos refugiados palestinos que foram obrigados a deixá-lo durante a Guerra de 1948.
Judeus rezam em Israel; país quer indenização para judeus imigrantes de países árabes - Bernat Armangue/AP
Bernat Armangue/AP
Judeus rezam em Israel; país quer indenização para judeus imigrantes de países árabes
De acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores, Danny Ayalon, cerca de 850 mil judeus provenientes de países árabes que imigraram para Israel nos primeiros anos após a fundação do Estado são "refugiados" e merecem receber indenização pelas propriedades que deixaram em seus países de origem. O ministro também afirmou que "não pode haver uma solução para o conflito entre Israel e os países árabes se os direitos dos refugiados judeus não forem reconhecidos".
Segundo Ayalon, os "dois problemas, dos refugiados palestinos e dos refugiados judeus, devem ser resolvidos no âmbito da comunidade internacional". A polêmica, porém, é que a campanha tenta equiparar, perante a opinião pública (doméstica e internacional), a situação dos refugiados palestinos à dos judeus vindos de países árabes, os quais imigraram para Israel logo após a fundação do Estado e receberam a cidadania israelense ao chegar. Para críticos, trata-se de uma estratégia com o objetivo de neutralizar as reivindicações palestinas.
A ideia não é nova. Desde os anos 1950 vários governos israelenses já discutiram maneiras de vincular a questão das propriedades deixadas pelos judeus nos países árabes e as propriedades de 750 mil refugiados palestinos que foram confiscadas pelo Estado de Israel. Propostas de uma possível "dedução" entre os valores calculados das propriedades já foram levantadas, porém nenhum foro internacional aceitou as sugestões.
Iraque
Muitos judeus de origem oriental em Israel também rejeitam a ideia e discordam da linha adotada pelo governo. "Os palestinos não têm culpa do fato que deixamos propriedades no Iraque e não devem pagar por elas", disse o advogado Kochavi Shemesh, de 68 anos, à BBC Brasil.
Shemesh nasceu no Iraque e imigrou para Israel, juntamente com toda a sua família, quando tinha seis anos de idade. "Minha família era sionista, meus pais acreditavam que o lugar dos judeus era em Israel, portanto não somos refugiados", afirmou. "Refugiados são pessoas que perdem sua pátria, mas nós acreditávamos que Israel é a nossa pátria."
Shemesh também afirma que se os judeus iraquianos quiserem negociar indenização por suas propriedades, "devem negociar com o governo iraquiano". Nos anos 50, a maior parte da comunidade dos judeus do Iraque - cerca de 130 mil pessoas - imigrou para Israel. Os principais motivos foram uma bomba que explodiu na sinagoga de Bagdá em 1951 e um acordo entre o então primeiro-ministro de Israel, David Ben Gurion, e o premiê do Iraque, Nuri Al Said. Segundo o acordo, os judeus poderiam sair do Iraque, mas perderiam suas propriedades.
Documento
A campanha atual do Ministério das Relações Exteriores de Israel se baseia em um documento elaborado pelo Conselho de Segurança Nacional, subordinado diretamente ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. De acordo com o documento, "a exposição do problema dos refugiados judeus poderá servir para reduzir o efeito das exigências palestinas ou pelo menos limitar os parâmetros da discussão sobre a questão dos refugiados palestinos".
Para Kochavi Shemesh, "é injusto que os palestinos paguem o preço da nossa história; eles não têm culpa do acordo que Ben Gurion fez com Nuri Al Said".
"A direita israelense, que quer destruir qualquer chance de acordo com os palestinos, decidiu utilizar a história dos judeus dos países árabes como mais um meio de propaganda contra os palestinos", afirmou.
Ao mesmo tempo, em artigo no jornal Haaretz, a professora de Direito Yfat Biton afirma que "a campanha do governo representa uma maneira nova e original que o Estado (de Israel) encontrou para explorar os (judeus) orientais". A hegemonia da cultura ocidental em Israel, desde sua fundação, levou os judeus dos países árabes a uma situação de inferioridade socioeconômica.
"Até hoje os judeus orientais são a maioria dos desempregados e a maioria dos trabalhadores nas indústrias", diz Shemesh. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Eventos e Exposições

 


Imigrantes que residem em São Paulo-Capital realizarão um ato público dia 29/09, na Rua Coimbra (de grande concentração sulamericana), às 15h. Somente em São Paulo cerca de 300 mil pessoas não participam da eleição, pois há uma vedação na Constituição. Há uma Emenda Constitucional tramitando no Congresso que pode mudar essa situação e permitir que mais de 1,5 milhões de pessoas no Brasil nessa condição, possam exercer o direito de votar ou ser votado.




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Eventos e Exposições

Música das Américas
Do USP Online
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP recebe no domingo (30), às 19 horas, o espetáculo Músicas das Américas, do grupo Zimana do Coral da USP (Coralusp).
A entrada é gratuita, e a performance abrange a produção musical erudita, folclórica e popular do continente americano, do século 18 ao atual, com destaque à musica do Brasil. O endereço é Rua Maranhão, 88, Higienópolis, São Paulo.
Mais informações: (11) 3091-4801/1603, e-mail eventfau@usp.br

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Notícias


 
 

Estrangeiro que trabalha há 2 anos no País conseguirá visto permanente
22 de agosto de 2012 •


Estrangeiros que trabalham no Brasil e têm contrato de dois anos ou mais já podem requerer no Ministério da Justiça a troca do visto temporário pelo permanente. Antes, a mudança do visto só era possível após quatro anos de trabalho em território brasileiro. O visto continuará vinculado à empresa empregadora por mais dois anos.Pela norma anterior, tinha direito ao visto temporário o trabalhador estrangeiro contratado por dois anos. A permissão era renovada por mais dois anos se o contrato de trabalho também fosse renovado. Apenas aqueles cujo contrato fosse renovado depois desses quatro anos por tempo interminado podiam requisitar o visto permanente.Com a nova regra, o trabalhador que renovar o contrato de dois anos pode requerer imediatamente o visto permanente e permanecer no país sem quaisquer restrições.A alteração é uma adequação à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que estabelece como trabalho temporário o que é exercido no período de dois anos. Assim, o Departamento de Imigração da Secretaria de Justiça concluiu que o trabalhador estrangeiro têm os mesmos direitos trabalhistas de um brasileiro.Para fazer o pedido do visto permanente, o estrangeiro deverá entrar com requerimento 30 dias antes do vencimento do visto temporário. A lista com os documentos necessários pode ser acessada no portal do Ministério da Justiça. A Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego estima que, nos seis primeiros meses deste ano, 32.913 profissionais, entre temporários e permanentes, obtiveram permissão para trabalhar no Brasil.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Filmes, vídeos e livros

   CONVITE
Lançamento de livro em Curitiba

No próximo dia 27 de setembro(quinta-feira)  às 19 horas o Pe. Leonir Mário Chiarello estará em Curitiba para o debate e lançamento do livro “As políticas públicas sobre migrações e a sociedade civil na América Latina – os casos da Argentina, Brasil, Colômbia e México”, cuja pesquisa foi coordenada pela rede Scalabrini International Migration Network, de Nova Yorque. O evento será na Casa Latino Americana de Curitiba, e é uma realização da Pastoral do Migrante: CEAMIG – Centro de Atendimento ao Migrante, de Curitiba; Comitê para Migrantes e Refugiados do Paraná – Secretaria de Justiça PR; e Casa Latino Americana de Curitiba. Este lançamento é um momento muito oportuno para o cenário público do Paraná, pois é o estado que tem recebido uma significativa leva de imigrantes haitianos nos últimos meses, depois dos estados do norte (Acre e Amazônia). Neste sentido, colocar o debate sobre as políticas migratórias torna-se um importante chamamento para que a sociedade civil se mobilize e seja a protagonista autêntica na construção destas políticas, e também seja o elo indispensável para toda forma de acolhida fraterna e inserção social dos imigrantes. O evento contará com a participação do Pe. Mario Geremia, pároco da Paróquia Latinoamericana da Igreja Nossa Senhora da Paz, em São Paulo, que falará sobre a participação da sociedade civil na recepção dos imigrantes.

CEAMIG – Pe. Gustot, Elizete, Lucia e Eduardo Gabriel.

Eventos e Exposições

O Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM) convida para a apresentação e debate:

“Gregos no Brasil – Memória, Identidade e História Falada”

com Vassiliki Thomas Constantinidou

Jornalista, autora dos livros “A Doçura da Terra - História e Lembranças de Antonio Pavan e Noemia Feltran Pavan (2006)” e “Os Guardiões das Lembranças - Memória e História dos imigrantes Gregos no Brasil (2009)”; diretora do Areté – Centro Estudos Helênicos

data e horário: dia 27/09, quinta feira, das 9:00 às 12:00 h

local: IPPUR / UFRJ  - Auditório
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Av. Pedro Calmon, 550 - Prédio da Reitoria, 5º andar
Cidade Universitária, 21941-590   Rio de Janeiro, RJ
[contato: 21-81228703]

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Notícias

Processo seletivo para ingresso de refugiados nos cursos de graduação presenciais da UFSCar


Até o dia 2 de outubro, estão abertas as inscrições do processo seletivo para ingresso de pessoas em situação de refúgio nos cursos de graduação presenciais da UFSCar. Para fazer a inscrição, é necessário que o candidato comprove a condição de refugiado, por meio de documentação comprobatória emitida pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão colegiado vinculado ao Ministério da Justiça. Informações no site da UFSCar: http://www2.ufscar.br/interface_frames/index.php?link=http://www.vestibular.ufscar.br

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Notícias

Sem ajuda específica, refugiados se adaptam a escolas brasileiras
13 de setembro de 2012 07h55


O português já sai com naturalidade de sua boca. O idioma, que aos quatro anos de idade lhe era estranho, agora está lado a lado com a língua materna. M.T., hoje com 15 anos, deixou a Geórgia acompanhada dos pais, em 2001. Os conflitos entre o governo da Geórgia e os separatistas da Ossétia do Sul - que desejam se unir à Federação Russa - complicam a vida de quem procura trabalho no país. Em busca de paz e novas oportunidades, a família foi acolhida no Brasil.
Entidades vinculadas à Organização das Nações Unidas (ONU) e ao governo brasileiro promovem cursos para ajudar os refugiados no aprendizado do idioma e na busca por um trabalho, além de oferecer ajuda de custo. Entretanto, não existe nenhum programa específico para a adaptação escolar de estudantes refugiados.
Ao chegar a território brasileiro, os cerca de 20 parentes de M.T receberam o apoio da Cáritas Arquidiocese do Rio de Janeiro, entidade que auxilia os solicitantes de refúgio. A entidade acompanha os que ainda não tiveram seu pedido atendido pelo Comitê Nacional de Refugiados (Conare) e oferece ajuda de custo, com fundos do governo federal, para gastos com despesas gerais.
Na escola, M. T. teve de se virar sozinha. "Eu me acostumei com as conversas das outras crianças e me adaptei. Aprendi observando mesmo", conta a menina, com o sotaque carioca expresso com naturalidade. "Acho que por ser criança, o contato com as outras era muito mais simples", lembra. Ao chegar ao Brasil, então com quatro anos, a menina se comunicava bem em sua língua materna. O ano letivo já havia começado no Brasil, mas mesmo assim os pais a matricularam em um jardim de infância perto de casa. Rapidamente os gestos usados para se comunicar com os professores se tornaram palavras inteiras naquele idioma que antes parecia tão longe de sua realidade. Foi a filha que iniciou os pais no português.
O porta-voz da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Luiz Fernando Godinho, explica que, ao chegar a um país, mesmo que ainda não tenha recebido o status de refugiado do governo, o imigrante tem acesso a todos os serviços públicos, podendo fazer a matrícula de seu filho ou a própria por sua conta. As ONGs associadas à Acnur podem fazer indicações. "As ONGs têm contatos específicos com escolas que estão mais abertas a isso", esclarece Godinho. O intermédio da relação entre instituição de ensino e refugiados é feito por organizações, mas não existe uma parceria formal. "São algumas ações de acolhimento. A gente encaminha para escolas públicas e em alguns casos para privadas, mas só quando elas se comprometem a dar todo o material e estrutura", diz Karin Kaid Wapechowski, coordenadora do Programa de Reassentamento Solidário da Associação Antônio Vieira, vinculada à Acnur e que promove ajuda aos que já têm seu status confirmado.
Alfabetização
Estar em um país distante e em uma escola diferente não é sinônimo de esquecimento das tradições da terra natal. Apesar de ter aprendido português rápido, M.T. afirma que nunca parou de falar a língua materna com sua família. "Eu me alfabetizei em georgiano em casa, com os meus pais, e em português fora de casa. Quando eu era menor achava estranho, mas divertido. Era uma dinâmica legal aprender com as crianças e falar em outro idioma com meus pais", relembra. Não foi só isso que permaneceu de sua cultura originária. A realidade vivida na rua não muda os costumes preservados dentro de casa. O feijão e arroz brasileiros dão lugar aos pratos típicos da Geórgia, como khachapuri, semelhante a um salgado folhado com queijo, e xinkali, parecido com um ravióli.
O contato com idiomas distintos despertou sua curiosidade. Hoje, M.T. fala também francês, inglês, russo e um pouco de espanhol, o que será útil para o destino que pretende seguir. "Não me decidi totalmente, mas acredito que vou fazer direito e me especializar em direito internacional. Acho que esse interesse vem da minha adaptação aqui", reflete.
Adaptação no RS
Os lados positivos dessa integração não são percebidos somente dentro de casa. A troca cultural para os alunos também pode ser muito rica. Devido à presença de alunos colombianos, a escola particular Rainha da Paz, de Serafina Corrêa (RS), implantou em seu currículo aulas de espanhol para as séries iniciais em 2006. "A gente já tinha essa intenção, e foi uma forma de incentivar nossos alunos a aprender outro idioma", explica a diretora Marione Castro.
Em 2006, o colégio recebeu um pedido de auxílio da Associação Antônio Vieira a três crianças que chegavam com suas famílias da Colômbia. Um grupo de voluntários, ao qual pertenciam os proprietários da escola, tomou medidas para diminuir o impacto da adaptação aos estrangeiros e a comunidade. Uma delas foi a concessão de bolsas para os jovens em idade escolar.
Antes dos colombianos iniciarem as aulas, seus colegas foram preparados para recebê-los. A forma repentina como chegaram, entretanto, impossibilitou a preparação prévia dos professores. A falta de contato anterior com o idioma espanhol e com alunos estrangeiros foi uma das dificuldades. Marione afirma, contudo, que as pequenas turmas de estudantes possibilitaram a estes educadores dar maior atenção para o grupo de colombianos. Em 2009, chegou outra menina da mesma nacionalidade e a instituição já estava mais preparada.
Ao longo dos anos que trabalhou com estes alunos, a escola desenvolveu formas de trazer a cultura deles para dentro da sala de aula e integrá-los aos brasileiros. "Sempre que possível, a gente abre espaço para eles falarem de sua cultura e ensinarem seu idioma. Na aula de educação física, por exemplo, eles ensinam jogos típicos de seu país e a gente já usa isso como gancho para introduzir a língua espanhola", explica a diretora do Rainha da Paz.
Seleção diferenciada em SP
Instituições de ensino superior também abriram espaço para acolher os estudantes que chegam ao Brasil com histórias difíceis. Desde 2009, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) promove processo seletivo específico para refugiados. Para fazer a inscrição, os interessados devem apresentar documento emitido pelo Comitê Nacional de Refugiados (CONARE), comprovando sua situação no país, documento que prove a conclusão do Ensino Médio - ou equivalente - em seu país de origem com parecer de equivalência da Secretaria do Estado de Educação, e carta de manifestação de interesse.
Tendo isso aprovado, o estudante deve fazer uma prova com 40 questões, com os mesmos conteúdos da prova para os brasileiros, e uma redação, explica o coordenador do vestibular da universidade, Wagner Souza dos Santos. "Há também uma atividade em que o candidato pode se expressar de forma oral sobre o conteúdo relacionado ao seu curso de interesse", explica Santos. Atualmente, a UFSCAR acolhe alunos da Angola, Congo, Irã, Iraque, Bolívia, Colômbia e Cuba.

Humor e Reflexão

quadrin: Quadrin 15/09/2012 - Piratas Do Tietê (Laerte): Piratas Do Tietê Laerte

domingo, 16 de setembro de 2012

Filmes, vídeos e livros



Imigrantes haitianos no Brasil

Nos últimos dois anos mais de dois mil homens e mulheres e mulheres receberam autorização para tentar uma nova vida em solo brasileiro, maioria chega através da fronteira do Peru com o Amazonas. No início de 2012, o Ministério da Imigração juntamente com o Ministério regulamentou lei autorizando a entrada e permanência de haitianos no Brasil. Sobre o assunto o Conexão conversou com Sidney Antonio da Silva, Coordenador e Presidente do Grupo de Estudos Migratórios da Amazônia.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Filmes, vídeos e livros

BRASILEIROS: ACOLHEDORES, PORÉM, PRECONCEITUOSOS

No início dos anos 1990, um pesquisador francês conseguiu autorização da universidade em que estudava, no Rio de Janeiro, para apresentar uma video dissertação. Sob o título “Tem que ser baiano?”, ele retrata o preconceito contra os migrantes nordestinos, em São Paulo, aguçado à época pela presença de uma mulher paraibana, à frente da maior prefeitura do país.
O vídeo perfila depoimentos diversos. Um deles, contrapondo-se à presença dos nordestinos na cidade, embute um total esvaziamento de memória. Seu autor, com esmero na entonação de voz e gesticulando, como quem em cena deseja extrair da palavra sua essência máxima, pausadamente, assim se expressou: “Nós, paulistanos da gema [...]”.
O dono desse depoimento, de seu sobrenome, Jazadji, o qual – se já difícil de ser pronunciado por filhos e netos de imigrantes –, jamais o teria sido pelos falantes do nheengatu e, muito menos pelos que, antes da chegada do europeu, habitavam a colina que veio a ser Vila Piratininga e, a partir de 1711, cidade de São Paulo. E se desse modo fosse possível falar, esses sim, muito mais do que ninguém, seriam filhos da gema do solo paulista.
Afinal, quem somos? Para cá afluíram, de forma permanente, os já miscigenados portugueses. Dos navios negreiros que singraram o Atlântico, absorvemos 40% do tráfico africano, de etnias várias. E do encontro de ambos com os nativos, como bem descreve Darcy Ribeiro em seu livro O povo brasileiro, surgimos nós: brasileiros.
Bem mais tarde, neste imenso território, mais particularmente no Centro-Sul, outros rostos vieram a se somar. A partir de 1818, com o estabelecimento da primeira política imigratória, implementada no pós Independência, teve início a imigração propriamente dita, através dos núcleos coloniais. Neles, inicialmente, a presença alemã predominou. Na sequência, outras nacionalidades começaram a aportar, sobretudo a partir da crise do trabalho escravo, num processo que se estendeu, grosso modo, até 1930. A Hospedaria do Imigrante, cravada na cidade de São Paulo, constitui o símbolo maior deste momento histórico, por onde ingressaram nada menos que 68 diferentes nacionalidades.
Todavia, se muitas e diversas foram as procedências, em termos numéricos, é bom que se diga, dos que emigraram para a América no período da chamada Grande Emigração, entre 1871-1920, os EUA absorveram 64,7% do total, a Argentina 15,1%, o Canadá 11,9%, e o Brasil apenas 8,3%. A presença do imigrante não pode ser descolada do contexto. Caso contrário, a partir da ótica de Tabatinga, para citar um caso, poderíamos falar que houve, recentemente, “uma invasão de haitianos”, quando, na verdade, se todos fossem reunidos num estádio de futebol, não passariam de um ínfimo público. Mas a presença do imigrante só fez enriquecer nossa identidade, pois a tornou mais plural.
No pós-guerra, o país tornou-se palco de uma crescente mobilização de sua população interna, amalgamando ainda mais nossos sotaques, ritmos, crenças e nossa culinária. Porém, mais uma vez, não sem a presença do imigrante, embora em outros patamares. Foram trazidos, antes, os refugiados de guerra, mas também chegaram chineses, coreanos, libaneses e, o pouco mencionado, mas expressivo número de portugueses, por volta de cem mil entre os anos de 1974 e 1977, cuja chegada deu-se sem qualquer alarde.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos três movimentos migratórios que não constavam das projeções dos demógrafos: o arrefecimento e redirecionamento das migrações internas; a chegada de imigrantes hispano-americanos e o êxodo dos brasileiros que, há alguns anos já encetaram movimento de retorno.
Finalmente, no fechamento das cortinas do século passado, começaram a chegar refugiados e imigrantes do continente africano. A Casa do Migrante, da Missão Paz, é um microespaço revelador do que vem ocorrendo: Inaugurada em 1978, com capacidade para cem pessoas/dia, acolheu, até 1998, uma média anual de 5% de imigrantes. Este percentual elevou-se para 25% em 2002; 50% em 2004; 70% em 2008 e praticamente a 100% a partir de 2010.
Neste processo de nossa constituição, despontamos no mapa como um povo acolhedor. De fato, o somos. Porém, não podemos estufar o peito em demasia. Foram acalorados os debates, durante a longa crise do trabalho escravo, quando uma elite e seus representantes advogaram pela necessidade de nos “europeizarmos”. Não podemos esquecer os polpudos subsídios que ao longo de um século foram drenados para tal. No pós-guerra, quando os trabalhadores braçais do além-mar já vinham sendo substituídos pelos migrantes internos, reascendeu-se a discussão em torno de quais imigrantes eram desejáveis, pois a industrialização em curso demandava profissionais qualificados. Europeus, sim, mas não mais os pobres para a lavoura.
Atualmente, vivenciamos um contexto “prato-cheio” para reaflorar este debate. A economia em expansão requer mão de obra qualificada, que está chegando e sendo muito bem vinda. Mas há pobres chegando, rostos indígenas, negros e amarelos. Nós, da Missão Paz, que atuamos junto a esses novos imigrantes (no momento 15 nepaleses encontram-se na Casa do Migrante), presenciamos claramente que somos marcados com duas atitudes opostas: acolhedores, é verdade, mas preconceituosos também. Percebemos que o preconceito, a intolerância, rejeição e xenofobia, quando não expressos, estão latentes. Ademais, nem todo imigrante atrai os mesmos holofotes.
Por isso, ao nos depararmos com imigrantes, nossa atitude primeira deve ser a de mirar-nos no espelho para lembrar que, como disse o saudoso José Saramago, “[...] se tu não emigraste, emigrou o teu pai, e se o teu pai não precisou de mudar de sítio foi porque o teu avô, antes dele, não teve outro remédio que ir…”, ou ainda “Que atire a primeira pedra quem nunca teve nódoas de emigração a manchar-lhe a árvore genealógica.”
Não esqueçamos como poucos carregamos tantas nódoas de emigração.
Dirceu Cutti
* Dirceu Cutti – Editor da “Travessia – Revista do Migrante” e assessor da diretoria do Centro de Estudos Migratórios / Missão Paz de São Paulo. www.missaonspaz.org

Filmes, vídeos e livros

BAFICI 0
CineSESC

O BAFICI, Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, um dos mais importantes festivais de cinema da Argentina nos dias de hoje, foi criado em 1999 e está atualmente em sua décima quarta edição. Ocorre em diversas cidades do país e é reconhecido como um veículo fundamental para o acesso à produção independente latino americana. Em sua 1ª edição no Brasil, o BAFICI, em parceria com o SESC SP, reúne filmes argentinos de diretores consagrados e novos talentos em uma atmosfera dinâmica da produção cinematográfica contemporânea. R$4,00; R$2,00; R$1,00.
 


filmes
Dia(s) 07/09, 11/09 Sexta, às 23h. Terça, às 21h.
Direção: Mauro Andrizzi e Marcus Lindeen. 2011, Argentina/Suécia, 58 min. Nove histórias sobre morte e transformação:... [leia mais]
Dia(s) 07/09, 11/09 Sexta, às 17h. Terça, às 19h.
Direção: Diego y Pablo Levy. 2012, Argentina, 87 min. Mariano (Alan Sabbagh) tinha tudo pronto: o golpe perfeito para... [leia mais]
Dia(s) 11/09, 13/09 Terça, às 17h. Quinta, às 19h.
Direção: Gastón Solnicki. 2011, Argentina, 74 min. A explosão do vídeo digital transformou, nos últimos anos, o regis... [leia mais]
Dia(s) 09/09, 12/09 Domingo e quarta, às 17h.
Direção: Néstor Frenkel. 2011, Argentina, 76 min. A disseminação do formato Super 8, há várias décadas, multiplicado ... [leia mais]
Dia(s) 09/09, 12/09 Domingo e quarta, às 21h.
Direção: Enrique Piñeyro. 2010, Argentina, 86 min. O diretor Enrique Piñeyro está interessado nos males do mundo que ... [leia mais]
Dia(s) 12/09, 13/09 Quarta, às 19h. Quinta, às 21h.
Direção: Daniel Hendler. 2010. Argentina/Uruguai, 88 min. De repente, as mudanças são empilhadas na vida de Norbert.... [leia mais]
Dia(s) 09/09, 13/09 Domingo, às 19h. Quinta, às 17h.
Direção: Delfina Castagnino. 2010, Argentina, 76 min. Lo que más quiero é a história de dois jogos: um amoroso, de im... [leia mais]

Eventos e Exposições


domingo, 9 de setembro de 2012

Eventos e Exposições

Civilizações migrantes: Migrações e direitos humanos

07/09/2012
Seminário Cinema e Migração, parte do projeto Civilizações migrantes: Migrações e direitos humanos.
Promovido pelo Instituto Norberto Bobbio -Cultura, Democracia e Direitos Humanos, Comissão Municipal pelos Direitos Humanos de São Paulo,Associação Escola-Aprendiz, Centro de Estudos Migratórios/Missão Paz, Memorial da América Latina.
Coordenado e ministrado pelo professor Maurizio Russo (doutor em história cultural pela Universidade de Nancy), o seminário propõe um percurso pela estética e história do cinema internacional refletindo sobre como o cinema se faz memória de um fenômeno fundamental da história da humanidade: a migração.
As migrações caracterizam a história da humanidade desde os tempos mais antigos, mas são apresentadas pelos xenófobos como fenômenos estranhos e antinaturais. Porém as migrações que assumem mais importância no mundo globalizado são parte da história deste mundo. A Itália teve seu passado de migração e tem o seu presente de país objetivo ou ponto de passagens dos novos migrantes. A dificuldade em reconhecer estas duas realidades como relacionadas e normais deixa pouco claro o juízo sobre o fenômeno migratório.
Em vez de ser vista como um problema concreto do nosso mundo ao qual dar respostas coerentes, a migração é utilizada por políticos inescrupulosos para fins eleitoreiros. Incapazes de dar respostas aos problemas da sociedade os partidos xenófobos (como a Liga na Itália e a Frente Nacional na França) e também os partidos de direita mais tradicionais tem utilizado a presença dos trabalhadores estrangeiros de modo demagógico, fomentando o sentimento racista.
No entanto, o fenômeno migratório é a origem do nascimento de um importante país como o Brasil. Muito mais determinante do que a colonização portuguesa, foi a migração sucessiva dos povos europeus, asiáticos e africanos que criou um país que tem no seu DNA e na sua história a migração como elemento constitutivo. O seminário, utilizando também filmes e documentários como elementos de reflexão, pretende desenvolver um debate sobre este importante tema.
O cinema como memória da migração
O cinema, produto cultural complexo de uma sociedade que é narrada através dos seus próprios intelectuais, recolhe a memória dos fenômenos relevantes que marcam a história desta sociedade. O cinema conservou e transmitiu a memória da migração, testemunhando um fenômeno de grande relevância social, política, econômica em sua evolução através dos anos, desde o pós-guerra até os dias atuais.
Os trabalhos artísticos de autores como Pietro Germi, Franco Brusati, Luchino Visconti, Ettore Scola, Mathieu Kassovitz, Kean Loach entre outros narram com olhar crítico, irônico, dramático ou grotesco a história das sociedades contemporâneas que vivem o fenômeno da migração como um dos aspectos fundamentais da própria evolução.
O cinema é a memória revisitada, e nas mãos desses intelectuais-artistas, narra, conta, descreve o que é ser migrante, em lugares e em épocas diferentes, distantes no tempo e no espaço, deixando uma série de interpretações sugestivas e artísticas, e também altamente críticas do que foi por exemplo, a migração italiana no mundo.
O seminário traça a história desta memória por meio de algumas obras fundamentais da cinematografia, favorecendo o encontro de São Paulo cidade, por antonomásia, da migração com a memória desta migração.
Para mais detalhes acerca do evento e da programação, bem como sinopse dos filmes que compõem a mostra, acesse: http://cinemaemigracao.tumblr.com/
A programação do evento, com datas, horários e locais de exibição dos filmes, você encontra neste link.
FLLYER CINEMA E MIGRACAO_PROGRAMACAO

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Eventos e Exposições


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Invitación

 
 
O Instituto Cervantes de São Paulo apoia

O Concerto Brasil Tango

Um concerto de música latino-americana

 
  
do poeta espanhol Vicente Cervera Salinas , traduzido por Rodrigo da Rosa.
 
Brasil Tango é formado por: Alfredo Castañeda (voz), Thiago Brisolla (violino) e Fernando Alves (violão)Convidado especial: Rafael Barrera (harmônica de boca)





13/09 às 20h.

Auditório do Instituto Cervantes

 
 

Entrada Franca
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DIVULGUE E PRESTIGIE!!!!!!

 
 
Para mais informações sobre o Grupo Brasil Tango clique AQUI
Realização:
   
Apoio:
 
                                               

 
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Eventos e Exposições

O Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM) convida para a apresentação e debate:

“Entre as vinhas e os cafezais: o perfil dos Madeirenses que navegaram rumo a São Paulo entre 1886 e 1899 ”

com Nelly de Freitas

Doutoranda em História na Universidade Paris-Sorbonne
Bolsista da FCT (Fundação para Ciências e Tecnologia de Portugal)

data e horário: dia 13/09, quinta feira, das 9:30 às 12:30 h

local: IPPUR / UFRJ 
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Av. Pedro Calmon, 550 - Prédio da Reitoria, 5º andar
Cidade Universitária, 21941-590   Rio de Janeiro, RJ
[contato: 21-81228703]

Eventos e Exposições

II SEMANA BASCA DE SÃO PAULO
 
DE 17 A 23/09/2012
 
PROGRAMAÇÃO
 
17/09/2012
10 hs.- Palestra sobre o Pais Basco na Casa de Cultura de Tremembé
18 hs.- Inauguração do campeonato de mus (euskal-etxea)
 
18/09/2012
10 hs.- Visita a uma escola e palestra sobre o Pais Basco
18 hs.- Campeonato de mus (euskal-etxea)
 
19/09/2012
15 hs.- Projeção de filmes bascos na Casa de Cultura de Tremembé
18 hs.- Campeonato de mus (euskal-etxea)
 
20/09/2012
15 hs.- Projeção de filmes bascos na Casa de Cultura de Tremembé
18 hs.- Campeonato de mus (euskal-etxea)
 
21/09/2012
18,30 hs.- Concerto da Camerata de la Luna (Rep. Argentina) na Catedral da Sé.
 
22/09/2012
12 hs.- Feijoada na euskal etxea
 
23/09/2012
11 hs.- Missa celebrada pelo Cardenal de Brasil (Dom Otilio) na Catedral da Sé com a participação da Camerata de la Luna.
 
Informações: Tel. (11) 2495.2462 / ebe.cbb@hotmail.com
 
 
EUSKO-BRASILDAR ETXEA – CASA BASCO-BRASILEIRA
Sâo Paulo – SP

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Notícias

Israel nega entrada a africanos em meio a nova polêmica sobre refugiados

Atualizado em  4 de setembro, 2012 - 18:49 (Brasília) 21:49 GMT

Soldados israelenses vigiam africanos que tentam entrar no país por cerca na fronteira com o Egito (Foto: AP)
Vinte cidadãos da Eritreia estão há cinco dias entre as cercas que separam Israel do Egito
Um grupo de 20 cidadãos da Eritreia se encontra há cinco dias entre as cercas que separam Israel do Egito, em condições de calor extremo, pedindo para entrar no território israelense. Soldados israelenses, que foram instruídos a vigiar os africanos, vazaram a informação à imprensa local.
Segundo os soldados, a ordem que receberam de seus superiores foi de não permitir a entrada dos africanos e de fornecer-lhes água.
Os refugiados, entre eles duas mulheres e uma criança, não recebem comida há cinco dias, e a água, segundo os soldados, "é pouca".
O episódio é o mais recente na polêmica questão dos refugiados em Israel.
Organizações de direitos humanos exigem que as autoridades israelenses permitam a entrada dos africanos e possibilitem que eles apresentem um pedido formal de asilo político.
"De acordo com a lei internacional, Israel tem a obrigação de verificar a situação dessas pessoas e não pode deixá-las passando fome e sede no deserto", disse o diretor da ONG israelense Médicos pelos Direitos Humanos, Ran Cohen, à BBC Brasil.
De acordo com Cohen, as convenções internacionais sobre a proteção de refugiados, das quais Israel é signatário, determinam que não se pode devolver pessoas que fugiram de seus países caso estejam sujeitas a perigo de vida se retornarem.
A Eritreia é considerada um dos países com o maior índice de violações de direitos humanos no mundo, no qual os jovens são obrigados a prestar trabalho forçado para o Exército por tempo ilimitado e aqueles que tentam fugir muitas vezes são executados sumariamente.
"Exigimos que o estado físico dessas pessoas seja imediatamente examinado, que eles recebam o atendimento necessário e que as autoridades verifiquem se trata-se de refugiados políticos", disse Cohen.

Cerca

O advogado Oded Feller, da Associação de Direitos Civis, disse ao site de noticias Ynet que a atitude das autoridades israelenses ao impedir a entrada dos africanos é "uma vergonha".
"Israel tem o direito de construir uma cerca, mas a cerca não libera as autoridades de suas obrigações. Quando há pessoas suplicando junto à cerca, deve-se verificar se estão correndo perigo de vida, e se esse é o caso, deve-se permitir a entrada delas. É proibido deixar essas pessoas passarem fome e sede, isso é vergonhoso", afirmou Feller.
Segundo o porta-voz do Exército israelense, "nessa região específica existe uma cerca contínua, que foi erguida recentemente para impedir a entrada ilegal em Israel. Do lado oeste da cerca se encontra, nos últimos dias, um grupo de estrangeiros cuja entrada em Israel é impedida por essa cerca. Por razões humanitárias as forças do Exército fornecem água, através da cerca, aos estrangeiros".
Para conter a entrada de imigrantes africanos no país, Israel construiu a cerca ao longo da fronteira com o Egito.
Desde a conclusão da cerca o número de africanos que conseguem entrar no país diminuiu significativamente.
De acordo com o ministério do Interior, no último mês de agosto apenas 199 africanos, principalmente do Sudão e da Eritreia, conseguiram entrar em Israel.
Já em agosto de 2011, antes da construção da cerca, 2 mil africanos entraram no país.
Nos últimos cinco anos cerca de 60 mil imigrantes africanos entraram em Israel através do deserto do Sinai.
O ministro do Interior de Israel, Eli Ishai, declarou que nos próximos meses pretende "prender todos os infiltrados africanos".
Israel construiu um grande campo de detenção para os imigrantes ilegais, com capacidade de abrigar 20 mil pessoas, no sul do país.
De acordo com a ONG Médicos pelos Direitos Humanos, cerca de 2 mil imigrantes africanos já estão presos no campo de detenção de Saharonim.

Eventos e Exposições

Evento: Hiroshima e Nagasaki em São Paulo: testemunho, inscrição e memória das catástrofes - 11 a 21/9/2012 Imprimir E-mail
Notícias - Eventos

INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA USP

11 a 21 de setembro de 2012
PROGRAMAÇÃO
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EXPOSIÇÃO CEDIDA PELO MEMORIAL DE HIROSHIMA  |  11 a 21 de setembro de 2012
Instituto de Psicologia da USP | Biblioteca Dante Moreira Leite

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PROGRAMAÇÃO DE ABERTURA  |  11 de setembro de 2012
Instituto de Psicologia da USP | Auditório do Bloco G

Das 9h às 10hMESA 1  
Prof. Dr. Pedro Fernando da Silva (IP/USP) | Artur R. Theodoro
Coordenação: Davi Mamblona

10h às 12hTESTEMUNHOS  
Sr. Takashi Morita | Sra. Junko Watanabe | Sr. Kunihiko Bonkohara
Tradução: Dra. Kyoko Nakagawa | Coordenação: Cristiane Nakagawa

14h às 17hMESA 2  
Prof. Emérito Sedi Hirano (FFLCH/USP)
Prof. Dr. Paulo Endo (IP/USP) | Prof. Dr. Edson Sousa (UFRGS)
Coordenação: Luiz Moreno

17h às 18hMESA DE ENCERRAMENTO  
Dra. Kyoko Nakagawa | Cristiane Nakagawa
Prof. Dr. Paulo Endo (IP/USP)
Coordenação: Helena Rizzi

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COORDENAÇÃO: Prof. Dr. Paulo Cesar Endo

COMISSÃO ORGANIZADORA:
Artur R. Theodoro, Celia Oi, Cristiane Nakagawa, Davi Mamblona, Helena Rizzi, Maria Imaculada Sampaio, Luiz Moreno, Rita Alvares

REALIZAÇÃO:
Instituto de Psicologia da USP

APOIO:
Biblioteca Dante Moreira Leite, Casa do Psicólogo, Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, Japan Foundation São Paulo, Artmed, Diversitas

Informações
hiroshimaenagasakiemsaopaulo.wordpress.com
eventotestemunho@gmail.com

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Filmes, vídeos e livros

Saúde, direito universal para todos!!!


Campanha dos médicos espanhóis contra a reforma que quer deixar sem atendimento os imigrantes sem documentos. #derechoacurar
http://www.youtube.com/watch?v=GbsFF_Jn0ww&feature=youtu.beap

Notícias


COLÔMBIA ADERE AO ACORDO DE RESIDÊNCIA DO MERCOSUL

Colômbia acabou de aderir ao acordo de Residência e Livre Trânsito dos países membros do Mecosul. O acordo já tinha sido ampliado ao  Chile, Bolívia e Peru e passará a incluir em breve também o Equador e Venezuela – em virtude da adesão deste país ao Bloco. Assim, o acarodo passará a beneficiar os cidadãos de 10 países da América do Sul. São eles: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai (apesar da atual suspensão do país do bloco), Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela.
Colombianos que quiserem morar no Brasil não precisarão mais de vínculo com instituição de ensino ou empresa. O mesmo vale para os brasileiros que quiserem viver na Colômbia. O estímulo à migração entre os dois países é resultado de um acordo que já havia sido assinado com Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia e Peru.
A solicitação de residência pode ser feita em unidades do Consulado do Brasil. Os que já estão no País podem fazer o pedido na Polícia Federal. Com isso, estrangeiros podem obter visto temporário por dois anos e, no fim desse período, solicitar autorização permanente. Atualmente, vivem 8 mil colombianos no Brasil. A expectativa do Ministério da Justiça é de que, com o acordo, aumente a comunidade no País.
Quem já está aqui comemora a decisão. “São só sete horas de avião. As pessoas na Colômbia ainda não sabem muito bem quantas oportunidades existem aqui em São Paulo”, diz o colombiano Miguel Angel Herrera, de 30 anos, que vive há 5 no Brasil e, nesse tempo, já teve de voltar a seu país sete vezes para não ser considerado imigrante ilegal.
A burocracia ligada à emissão de visto para estrangeiros também já o fez perder empregos. “Já aconteceu de eu passar em todos os testes, ser aprovado e, ao chegar ao RH da empresa, descobrirem que eu era estrangeiro e desistirem de me contratar”, afirma.
O acordo livra os colombianos de restrições para quem tem visto de estudo, por exemplo. Herrera, que é produtor visual, veio ao Brasil como estudante. “Quando você estuda não pode exercer atividade remunerada”, conta. Após se formar, a saída que encontrou para continuar no País foi voltar à Colômbia, montar uma empresa e procurar sócios para trabalhar aqui. “Minha atividade é especializada, não é qualquer um que faz. Só por isso consigo trabalhar aqui.”
Após obterem visto para morar permanentemente, depois de análise feita pelo Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça, os estrangeiros garantem direitos trabalhistas e previdenciários. Os beneficiados podem transferir recursos e nacionalidade para filhos.
Segundo o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, a medida é um passo para a livre circulação no território latino-americano. O Equador aderiu ao acordo em 2011 e deve ser incluído na lista de países com essas vantagens após resolução de trâmites internos.
Para obter permanência, estrangeiros não beneficiados pelo Acordo do Mercosul e Associados têm de trabalhar no Brasil por, no mínimo, dois anos. Antes, o prazo mínimo era de quatro anos.
De janeiro a junho deste ano, 32.913 pessoas conseguiram permissão para trabalhar no Brasil, de acordo com a Coordenação Geral de Imigração (CGig) do Ministério do Trabalho e Emprego. Entre essas autorizações, 29.065 são temporárias e 3.848 permanentes.
Antes do acordo, colombianos conseguiram 14 autorizações permanentes. Excluindo países do Mercosul, a França lidera a obtenção de vistos permanentes no primeiro semestre do ano no País, com 42 casos. A maioria fixa residência no Estado de São Paulo.
(O Estado de S. Paulo – 29/08/2012)
Artur Rodrigues e Bruno Ribeiro



domingo, 2 de setembro de 2012

Eventos e Exposições


'P'a crecer en la vida: a experiência migratória de estudantes peruanos no Rio de Janeiro. ”

com Camila Daniel

Professora do Instituto Três Rios, UFFRJ
Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da PUC-RJ

data e horário: dia 06/09, quinta feira, das 9:30 às 12:30 h

local: IPPUR / UFRJ 
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Av. Pedro Calmon, 550 - Prédio da Reitoria, 5º andar
Cidade Universitária, 21941-590   Rio de Janeiro, RJ
[contato: 21-81228703]


Eventos e Exposições


 

Conferências USP - 2012


Identidades
Local: Casa de Cultura Japonesa USP – Cidade Universitária
Dias: 11, 12 e 13 de setembro de 2012

DIA 11 – TERÇA-FEIRA - MANHÃ

1. Identidade como problema.

a) Antony Appiah  - Princeton University
b) Gabriel Cohn  - Universidade de São Paulo
                                     

DIA 11 – TERÇA-FEIRA - TARDE
2. Identidade e patrimônio material e imaterial
a)  Andrés Huyssen – Columbia University
b) Ulpiano Bezerra de Menezes – Universidade de São Paulo
c) Comentadora: Beatriz M. Kühl – Universidade de São Paulo
  

DIA 12 – QUARTA-FEIRA - MANHÃ

3. Etnia e Identidade     

a)  Manuela Carneira da Cunha – Universidade de Chicago
b)  Antônio Sérgio Guimarães – Universidade de São Paulo
c) Comentador: João Batista Borges Pereira – Universidade de São Paulo
                                 
                         
12 – QUARTA-FEIRA - TARDE

4.  Identidade e Gênero


a) Veena Das – Johan Hopkins
b)  Maria Filomena Gregori – Universidade de Campinas 
c) Comentadora: Marília Carvalho – Universidade de São Paulo

DIA 13 – QUINTA-FEIRA - MANHÃ
  
5) Nação e  identidade


a) Federico Besserer – Universidad Autônoma Metropolitana - Iztapalapa
b) Alberto Costa e Silva  - Itamaraty
c) Comentadora: Maria Ligia Prado – Universidade de São Paulo

DIA 13 – QUINTA-FEIRA - TARDE

6. Classe e Identidade

a) Claude Dubar -- Université de Versailles-Saint-Quentin-en-Yvelines
b) Beverley Skeggs – University of London 
c) Comentador: Claudio Batalha – Universidade de Campinas